As indústrias estão repletas de motores elétricos e o de maior aplicação são os motores de indução, por serem os de menor preço e de baixo custo de manutenção. No entanto, quando são acionados elevam a corrente em todos os elementos dos circuitos que os alimentam, desde a fonte de geração até os seus terminais. A elevação da corrente tem como consequência uma redução de tensão em todos os pontos do sistema que de uma forma ou de outra estejam ligados ao circuito do motor.
Numa instalação industrial os motores, em geral, são ligados aos Centros de Controle dos Motores – CCMs de onde partem os circuitos de alimentação desses motores. Nos CCMs estão instalados os dispositivos de proteção dos circuitos de alimentação dos motores e muitas vezes a chave de acionamento.
Embora a queda de tensão durante a partida direta do motor seja elevada, a duração de sua aceleração é de curto tempo, em média 0,5 s a 1,0 s. Esse tempo depende fundamentalmente da inércia da carga acoplada ao eixo do motor, podendo-se obter tempos muito superiores aos indicados anteriormente para cargas de conjugado resistente elevado. Quando a carga possui uma grande inércia os motores quase sempre são acionados diretamente da rede, pois assim aproveitam o seu conjugado natural de valor elevado na partida. Para isso é necessário calcular a queda tensão a queda de tensão que pode ou não viabilizar essa condição.
Como o conjugado de partida varia com a tensão imposta aos terminais do motor no momento do acionamento, deve-se levar em consideração esse parâmetro, quando for selecionar a chave de comando. A partida direta dos motores é a forma mais econômica de acionamento que é feito normalmente por meio do conjunto contactor, relé termomagnético e fusível associado a um dispositivo de proteção diferencial-residual (DPS), ou por meio de disjuntor-motor. Na indústria, a decisão de selecionar o tipo de partida dos motores deve ser definida pela análise da queda de tensão durante a partida. Para os motores cuja queda de tensão na partida não prejudica a carga que está conectada ao CCM, o dispositivo de partida pode ser direto. Quando há interferência na operação do próprio motor e nos demais motores ligados ao mesmo CCM devem-se utilizar dispositivos de compensação de partida: chaves eletromecânicas (estrela x triângulo, compensadora e reator) ou estáticas (softstarters e inversores de frequência).
As chaves de partida estáticas, entre outras, são dotadas de uma função denominada de pulso de tensão de partida (kick start) de valor ajustável. Sua finalidade é ajudar os motores com cargas de inércia elevada a iniciar o processo de partida. O valor dessa tensão deverá ser suficientemente elevado para que se possa obter um conjugado motor adequado para vencer o conjugado inicial da carga. Na prática, o pulso de tensão de partida deve ser ajustado entre 75 a 90% da tensão do sistema. Já o tempo de pulso de tensão de partida deve estar ajustado entre 100 e 300 ms. Casos há que é necessário um ajuste maior.